sábado, 31 de janeiro de 2009

O Pêndulo


(ELA & EU)


Quando nos é dada a consciência de que erros cravam a dor, de que amores causam feridas, de que amigos vem e vão, um vazio nos preenche e o silêncio da criança de outrora torna-se apenas sombra: a nossa sombra.

Aquela criança agora é mulher. Não brinca mais de fantasia, não tem medo da tempestade e não mais recorda-se das conversas horas a fio diante ao espelho.

Aquela criança agora é mulher. E a vida nos impõe a consciência e nos faz engoli-la goela abaixo como gemada sem açúcar quando estamos gripados. Isso incomoda e arranha o gosto da vida. A dor agora é de verdade e não brinca mais com rimas tolas. Aquele espelho arranhou o piso da velha casa e a memória esqueceu que a chuva também é capaz de apagar riscas de giz escondidas no refúgio daquela criança.

Ainda vejo em meus olhos a criança dos velhos tempos. Sinto falta de não machucar a fantasia de longínquos sonhos... quantas fadas partiram para um mundo cruel por causa da minha consciência? Da minha falsa consciência egoísta de um mundo perfeito.

Trava-me agora uma disputa entre o belo e o real. Os paradoxos são parte inseparável da paixão, da intensidade, da sincronicidade do mundo; mas o real é cinza e incompleto, assim como minha consciência irreversível do destino.

Aquela princesa agora é mulher. Não mais princesa de seu reino, apenas mais uma que caminha sem medo no centro da cidade em busca de emprego e um sorriso perdido de atenção.

Aquela mulher agora sou eu.
..
.
.
[recortes]

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

something is broken now

Resumo-me hoje na certeza de uma tarde fria, fria de amores mil, corpos diversos, uma cama lasciva ao som de stronger. Refaço-me no sexo oposto o que de mim não mais contempla (ou deseja). Quero tinta, um par de luvas e pincel n. 5. Quero pintar-me inteira de vermelho e contar as estrelas ao lado de quem não conheço, apenas desejo-bruto. E, contando o que no azul do céu se chama brilho, reflitiria: o que você já vez por um verdadeiro amor? Eu, neste momento, diria: fiz de tudo, tatuagem ao peito, alma vendida, asilo de quem conheço em mim.

O estranho, me olharia, um primeiro olhar, e diria em segredo: valeu a pena, menina-desejo?

- Não, diria eu com uma lágrima de canto de olho e um sorriso de descoberta.

A noite passaria como ventania, entre dois corpos frios. O calor gelado que aquece o momento e esvazia a alma. O quente-frio que me cura e faz-me em segundos mais feliz (e vazia de você).

O dia chegou ao fim.


Discover Lamb!

Porque eu desejo(...)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Rua dos Cataventos

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas

Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!

Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...

E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

[Mário Quintana]

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

[i was fired]

Errata: enquanto a menina do aroma sentia terra, da chuva, o céu surpreendeu-a com uma indelicada e azul carta de adeus em sua cinza-mesa. Não sabiam, eles, a felicidade que contemplaram àquela menina-eu.

Ela gritou, com a mão no peito: LIBERDADE


(...)e a música gerou o ritmo antes nunca orquestrado. O ano deu largada: anarquia dos sentidos (sensação que entorpece).

Nó afrouxado na gravata que amanhã, lançada ao cesto estará.

[my brave.heart]

Terra Molhada


Era manhã de segunda-feira. Janelas abertas e o vento forte. Antes mesmo de sentir com os olhos, preferi sentir com o cheiro de terra molhada que a mim se desenhou como aroma-casa. Moradia que declarava.... a declaração que anunciava: hora de viver (afinal navegar é preciso e viver também!).

A tempestade fora em busca de novas terras que desejavam um gole d’água, ou uma enxurrada dela. Quem saberia? Espreguicei-me toda. A começar pelos braços postos sobre o meu rosto e as pernas que tentavam alcançar a algibeira. Estava de ponta-cabeça e se quer havia notado. O lençol, entre mim, deu-me nó. Nó que ri. Olhei para o lado e preferi sentir com o amor-retrato de tempo algum: aquele de mim, você, dele, dela.

Sorri de volta a todos eles e caminhei distante em direção ao espelho do cômodo ao lado.


Olhei-me. Era eu, toda remela.

Naquele instante, em que nada vi ali, a não ser um retrato real do que em mim sobrou, recompus-me. Fiz-me sonhos, novos todos. Fiz-me vontade, fiz-me feliz. Desejos de uma menina-mulher que hoje respira aliviada e ora os estilhaços causados às vidraças de toda uma vida inteira.

Hoje, desenho-me novamente e, aliviada, sigo o meu caminho ao norte.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Aprender

Are you feeling lost and lonely ?
You needn't be
Like you've lost all hope and your sanity
Oh you needn't be

If we only have one turn
In this life we have to learn

Carrying the world on your shoulders
You needn't be
Ever more as you get older
You needn't be, oh you needn't be

If we only have one turn
In this life we have to learn

We wish our lives away
Hoping for a better day
The future's miles away
And what is past is done and gone

If we only have one turn
In this life we have to learn

sábado, 24 de janeiro de 2009

menina-eu


Sinto falta das perninhas finas tagarelando entre a cozinha e a sala da casa antiga.

Sinto falta da cantiga de ninar e das equações de matemática que fiavam a minha maior dor de cabeça. Nada mudou: a equação da vida está diante de meus olhos: subtrai daqui, soma dali e divide tudo ao final. Apenas os móveis mudaram de lugar, a televisão velha deixou de funcionar e, o sofá que antes era preto, ganhou mais um lugar.

Sinto falta da menina de ontem que encarava tão simplesmente o 1 e 1 são 2. Escuto uma voz da cozinha gritando:


- Nanda, tá na hora de dormir. Escova os dentes e já pra cama, menina! Tira esse vestido e bota ele pra lavar!

- Ah, mãe... ...quero brincar só mais um pouquinho. Amanhã já é tarde e serei cinza igual gente grande.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Faith


O DESTINO a mim fez-se por religião própria: fardo cravado em mim para todo um sempre. [fé naquele que se diz homem e de nada o fez valer]

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

.forever.


Estranha-me o desejo comedido, a ausência escancarada daquilo que me resta: unhas vermelhas e pés ao chão da casa velha. Hoje, não mais que hoje, resumo-me ao conselho míope de uma rainha de paus que nada tem a declarar ao mundo: fidelidade esta que me resta ao desejo ínfimo de alma.


Desperta-me o dia, o bom e velho dia...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cegueira Branca

Por que foi que cegamos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Querer que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.

[A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.] Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira

O Véu Envelhecido

Transparência intacta, o dia de outrora que de tanto amar, partiu breve, solta, louca. Partiu com a certeza de que o amor era para sempre, assim como a promessa feita aos sinos daquela menina-igreja. O pecado?

Faltou a ela fé e, por falta de Deus, restou-lhe o juramento de um amor que subiu o altar, mas de lá nada enxergou.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Papel-alma

Hoje, não amo
e sem amor,
meu corpo perturba.


Silêncio, angústia:

grito de lamúria.

Hoje, recordo
e sem lágrimas,
confronto-me ao novo.


Desejo à flor da pele,

vontade do que é quieto:


PAZ


Amores mil,

ideologias perdidas,


todos passados à limpo


Papel-alma

Tinta-vida

Hoje, respiro.

Sleeping Beauty

Would you please
Let me slide a few words
Under your door

Relatos de Clarice


__ __ __ __ __ __ estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. (...) Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, se sem sequer precisar me procurar. (...) Não contava que fosse esse grande desencontro. (...) Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão. (...) Enquanto escrever e falar vou ter que fingir que alguém está segurando a minha mão. Oh, pelo menos no começo, só no começo. Logo que puder dispensá-la, irei sozinha. Por enquanto preciso segurar esta tua mão – mesmo que não consiga inventar teu rosto e teus olhos e tua boca. Mas embora decepada, esta mão não me assusta. A invenção dela vem da ideia de amor como se a mão estivesse realmente ligada a um corpo que, se não vejo, é por incapacidade de amar mais. Não estou à altura de imaginar uma pessoa inteira porque não sou ma pessoa inteira. E como imaginar um rosto se não sei de que expressão de rosto preciso? Logo que puder dispensar tua mão quente, irei sozinha e com horror. O horror será a minha responsabilidade até que se complete a metamorfose e que o horror se transforme em claridade. Não a claridade que nasce de um desejo de beleza e moralismo, como antes mesmo sem saber eu me propunha; mas a claridade natural do que existe, e é essa claridade natural o que me aterroriza. Embora eu saiba que o horror – o horror sou eu diante das coisas. Por enquanto vou inventando a tua presença, como um dia também não saberei me arriscar a morrer sozinha. (...) É que um mundo todo vivo tem a força de um Inferno. (...) Eu fora obrigada a entrar no deserto para saber com horror que o deserto é vivo. (...) ...ouve, por eu ter mergulhado no abismo é que estou começando a amar o abismo de que sou feita. (...) Ah, despedir-se disso tudo significa tal grande desilusão. Mas é na desilusão que se cumpre a promessa, através da desilusão, através da dor é que se cumpre a promessa, e é por isso que antes se precisa passar pelo inferno: até que se vê que há um modo muito mais profundo de amar, e esse modo prescinde do acréscimo da beleza. (...) Agora preciso da tua mão, não para que eu não tenha medo, mas para que tu não tenhas medo. Sei que acreditar em tudo isso será, no começo, a tua grande solidão. Mas chegará o instante em que me darás a mão, não mais por solidão, mas como eu agora: por amor. (...)

Reticências

Não sei quem sou e sequer sei se vale a pena saber!
Sofrer?
Amar?
Por Deus, tragam-me as reticências...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Alma


Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é [FP]

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

[ ]


i am colorblind

Loucos



Quando louca deliro paz, em paz saúdo a loucura.

Quero os devaneios, a paixão perturbada, a intensidade que só a insanidade traz.

Quero a doença dos malucos, dos poetas, dos amantes.

Razão a deixo em ilusão, em distantes desvarios, em sonhos tórpidos onde já cansei de ser em mim.

Quero a beleza do sentir, quero o sentir em cada poro.

Verdade só a minha, pensamentos só do corpo, em ligações rítmicas, aceleradas, som pulsante e música frenética.

Quero dançar a vida, em molejo de mulata, ginga de capoeira doido.

Dança dos sentidos, sem nenhum sentido.

Por assim dizer, não dizer nada.

Mergulhar em sentimento, mudo.

Viver tudo e em tudo.

Me jogar ao mundo e me entregar ao regozijo dos loucos.

.

[Thais Degiovani]

Sintoma

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Arcano 15


[o diabo e suas entrelinhas em desejo de várias bocas, a tua. o diabo como um conselho, ao meu lado, em palavras perdidas, o viés. resumida hoje a um arcano perdido em 7 vidas. bom-dia!]

(um)bigo

estamos conectadas. a todos os instantes, nenhum deles, estamos conectadas ao que nos une, o mundo. encontre-me daqui algumas horas, quem sabe dias, ou então um ano. provável encontrar-me em paris, em tantos outros anos ou atravessando ny com hora marcada em um dentista de esquina. cuide da boca, os dentes, já dizia minha mãe. apenas encontre-me e conecte-se a mim. como sempre um dia fomos.

[abrindo a porta para o que se chama amor ou simples neuroses que coleciono secretamente em meu peito]

misto quente

sim, estou eufórica, adrenalina. um misto de frio e quente, respiração ofegante, caminhos avessos ao meu e seu. um grito, pedido íntimo de colo, atenção.

.
.

[boa-noite]

Cantiga de Ninar












Silêncio. o que me resta do ninar, é cantiga-trovão. hora de dormir, fechar os olhos sem brilho, descansar o corpo que nao aguenta mais os pés firmes ao chão. vontade de voar. asas? não, não as tenho. decido pular. mais um dos meus muitos fim. parto e (des)parto.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Eu vou.

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar

Complete(-me)

Um suspiro repentino e aquela vontade de... ainda espirrar? Talvez. Ou não. Vontade essa ou aquela que perturba e conforta: um mix. Vontade que não pode ser dita, renúncia e desejo.

A você, reinvento tais lacunas como quem nada quer, apenas palavras que a mim complete uma sentença.

Vontade de _ _ _ _ _ _ _ .

[.e-motion.]

Thoughts about LOVE: and its many associated emotions.
.
.
.
[All I've known

All I've done
All I've felt was leading to this
] [Lamb]

.|many possibilities|.

Burn it down till the embers smoke on the ground
And start new when your heart is an empty room
With walls of the deepest blue

Fall fades how it ages when you're away
Spring blooms and you find the love that's true
But you don't know what now to do
Cause the chase is all you know
And she stopped running months ago

And all you see is where else you could be
When you're at home and out on the street
Are so many possibilities to not be alone

The flames and smoke climbed out of every window
And disappeared with everything that you held dear
And you shed not a single tear for the things that you didn't need
Cause you knew you were finally free


[Death Cab For Cutie]

domingo, 11 de janeiro de 2009

God Bless You


Em seu próprio tema, o próximo.

Vontade de espirrar você.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Tema de Alice

Se eu não disser nada
Como é que eu vou saber
Onde fica a entrada
Do castelo do querer
Qual é a resposta
Me diga, então
Qual é a pergunta?
Se eu não disser nada
Como é que eu vou saber
Onde fica a chave
Do mistério de viver

[Adriana Calcanhoto]

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

No One

"No one said it would be easy,
Didn't any one tell you?
The road would be straight and long?" - Lamb

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Cansaço Repentino

Cansei de tanto procurar
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder

Quero corpo sem qualquer querer
Tenho os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Não sei pra onde vou
Não sei se vou ou vou ficar
Pensei não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda pra nascer
Descansa coração

E bate em paz...

[Fernanda Takai]

..:: lá está ele, lançado aos meus pés e, por congelado estar também, quebrou-se em mil pedaços diante de mim e tudo fiz para salvá-lo, mas de nada adiantou ::


STOP


:: salvá-lo? quem denunciou a salvação? meu coração não necessita de atenção e mimo algum de quem não o deseja bem. meu coração é de mulher-crescida, não faz manha e usa sapatos vermelhos em plena tarde de quarta-feira. meu coração é meu e de ninguém será até que eu o lance à sorte novamente.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

comunicação pe(r)dida


Desvios de uma comunicação por ora desconectada.

Reinicie a maquina.

[offline]

and so it is


we'll both forget the breeze most of the time

and so it is

.

.

did I say that I loathe you?

did I say that I want to leave it all behind?

NEVER (...)

"You'll say you understand, but you don't understand
You'll say you'll never give up seeing eye to eye
But never is a promise, and you can't afford to lie"

.
.
.
.
.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

reci(pro)cidade

Elysium [Portishead]

No one has said what the truth should be
And no one decided that i'd feel this way
If you felt as i did
Would you betray yourself
But you can't deny how i feel
And you can't decide for me
No one should fear what they cannot see
And no one's to blame its just hypocrisy
its written in your eyes
And how i despise myself
But you can't deny how i feel
And you can't decide for me
And its your heart
That's so wrong
Mistaken
You'll never know
Your feathered sacred self
But you can't deny how i feel
And you can't decide for me
And you can't deny how i feel
And why should you decide for.
.
.
.ME



Discover Portishead!







sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Segredos do Sol

FECHEI OS OLHOS e, distante dali, em sua espera eu estava. Comigo, algumas flores. Essas que agora correm loucas de meu jardim. Apenas de substantivo flores, sem cor nem perfume. Flores e folhas anunciadas mortas em seu nascimento.



Do céu, o cinza negro das nuvens daquele dia em que o mundo distraído, do Sol não esperou sua canção. Um segredo em que o próprio universo reinventou apenas da memória de ter sido, em atos, o dia da partida em silêncio da aurora-estrela.



Era outono, de muito frio, as mãos patinavam entre os botões do manto em que em mim contornava em traços. E era tanto aquele frio que não sentia mais as pontinhas de meus dedos. Eram roxas e geladas. O chão de madeira cantarolava com todos que ali passavam, preferindo os saltos aos sapatos velhos. O cheiro das ondas envenenava-me os sentidos e aguçava-me na vontade de naquele mar velejar o infinito. Era dada a sua hora, aquela em que todos os dias você passava por mim. 11:11. Toda vez com o mesmo sorriso, aqueles olhinhos apaixonados e a tarde inteira para conversar.






Naquele dia, não mais que aquele dia, voce não passou por mim. Sequer olhou para trás, quando cedo demais, passou você em meus pensamentos. Aquele dia, o mesmo em que o Sol negou a Terra, voce partiu de mim e sequer olhou para trás.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...