sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Segredos do Sol

FECHEI OS OLHOS e, distante dali, em sua espera eu estava. Comigo, algumas flores. Essas que agora correm loucas de meu jardim. Apenas de substantivo flores, sem cor nem perfume. Flores e folhas anunciadas mortas em seu nascimento.



Do céu, o cinza negro das nuvens daquele dia em que o mundo distraído, do Sol não esperou sua canção. Um segredo em que o próprio universo reinventou apenas da memória de ter sido, em atos, o dia da partida em silêncio da aurora-estrela.



Era outono, de muito frio, as mãos patinavam entre os botões do manto em que em mim contornava em traços. E era tanto aquele frio que não sentia mais as pontinhas de meus dedos. Eram roxas e geladas. O chão de madeira cantarolava com todos que ali passavam, preferindo os saltos aos sapatos velhos. O cheiro das ondas envenenava-me os sentidos e aguçava-me na vontade de naquele mar velejar o infinito. Era dada a sua hora, aquela em que todos os dias você passava por mim. 11:11. Toda vez com o mesmo sorriso, aqueles olhinhos apaixonados e a tarde inteira para conversar.






Naquele dia, não mais que aquele dia, voce não passou por mim. Sequer olhou para trás, quando cedo demais, passou você em meus pensamentos. Aquele dia, o mesmo em que o Sol negou a Terra, voce partiu de mim e sequer olhou para trás.

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Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...