sexta-feira, 31 de julho de 2009

vidraça de plástico

tenho o bolso repleto de pedras

e é por você que as guardo

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pedras em pano de vidro

quinta-feira, 30 de julho de 2009

caninos

tu já viu meus dentes? mordem que é uma beleza.
é de teu sangue que me alimento.
sou outono com cara de inverno.
e não, não molho.
trovejo que é uma beleza.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Where Do I Begin?

pelo que chove?
não, definitivamente não. sou alérgica ao que molha.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

tua chuva afoga.

pq tudo o que chove depois da janela,
molha antes os meus pés?

terça-feira, 21 de julho de 2009

expressão vazada

Preservo o pingo no i que gela e molha o olho que pra cima chora e nada escorre aqui do chão. Verborragia ao limite do que se vê:
"Os olhos têm aquela expressão vazada de maldade inocente, de suprema condescendência, como dos ídolos talhados em ouro e prata à luz das tochas, indiferentes às cerimônias e ao borbulhar das paixões e sacrifícios humanos; a macia pele do rosto de dezenove anos incompletos transparece e crepita, mas não se deixa tocar e, se o faz, o seu tato é de borracha ou vinil, porque os jovens de dezenove anos incompletos são pequenas monstruosidades portadoras do aleijão psíquico, faltando pedaços como um ombro para se chorar, um olhar atento, o gesto brusco no vácuo do antebraço consolador; os lábios congelados na frase de Peter Pan "eu sou a juventude eterna!", a mão perpetuamente brandindo a estocada final…"
[Márcia Denser]

curvas

Teu cigarro é um soco mudo na portinha do estômago. Lá de casa, tiro o capacho do chão e tranco as janelas que dançam tua fumaça pra mim. Por hoje, não quero teu câncer aqui e não provoco insistências.

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memórias suicidas de quem errou o tiro que pariu.
[e sequer partiu de mim]

conta baixinho, conta pra mim, vai!

Ah! Se eu pudesse entender
O que dizem os seus olhos...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

teu cheiro, preso ao corpo, me faz louca por você.

e, por você, baby, faço o mundo em desejo crazy.
te amo você num todo sempre.

Agora sou um lago.

meu coração é bomba atômica, afllita!
explode em mim e de mim não sai nunca.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Eu te amo porque te amo.


teu caio em nossa ana, ah! meus versos em teus braços e brota a morte sem nome, letícia e toda ela. faz do teu rock antigo, querida, um clássico ao meu francês popular; em folhas encardidas do tempo é que lanço o pulmão ao que gripa - laços frouxos e o corpo em vilas frutíferas. breve o vento que toca e destoca. em poesia, faz de pessoa confidente por tão menos... flor que espanca adélia e brota zulmira de asas tortas. é em woolf que me distraio o teu noll de frio aos pés. conjuntura do que se divide e faz amor com plath ali, quieta em bishop (suicídio multifacetado) num oceano do que inspira.
respira e solta.
e volta aflita por nossos anos, uma estante em distração do que se diz nosso é o lar, a hora, a prosa e o domingo que acaba entrelaçado ao quente que pulsa em vermelho-marfim e sonha por mim.
tua vida por mim
milimetricamente por ti.

rebanhos

Teus pés, da sarjeta, invertem a lua de alguns que insistem olhar para as estrelas.
Wilde, Wilde...

do telhado às patas fingidas

às, vezes o que inflama estraga a carne. essa mesma carne que cheira o podre daquele que se diz gente e morde o rabo castrado da vaidade medíocre.
 
Bandida diz: meow.
 
e para Ela, somente Ela, meu sorriso é largo e não mostra os dentes.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

[minha faca no peito]

par-to
ao teu lado
e fico ao meio
um terço.

Dona Morte requer tratamento

Morte Morrerás!
J.Donne
ah! hoje teu dia é feriado e matar-me a mim
não me demora o teu orgulho.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Avenida São João

ah! que mundo louco
crazy de tudo
um completo desvario.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pornochanchada

Era de todo erótico. Trancado aos olhos, tocava-me a boca. E era leve o que molhava. Sem gosto, teu corpo em sonho. No meu, pesava a versos soltos. Gemidos tantos que das pernas tremia toda. Tuas curvas perdidas...ah! o que te perde em mim, desejo em forma-bruta.

Cronospólipo

Escolho o dia, em horas e segundos. Minutos exatos em relógio de corda. A felicidade tem hora marcada e não tarda a vontade de quem lhe quer. Aprendi desde sempre. Espera aflita disposta à janela em vasos de cores. São flores! Dentro ou fora. 25 graus e um inverno que chove entre-muros. Acabo-me em vermelho por todo lábio; retoque de quem aos olhos detêm. São rabiscos certeiros, em vaidade adolescente de quem sonha o que castiga à espera do que finda. Refina. Em fina estampa, lindíssima mancha, a felicidade, destemida canção, comprou casa, amou o verão e perdeu da memória os ponteiros latentes.
Dona Felicidade acena distante. E diz que me ama em gesto simples. Coração amanteigado do que golpeia o verso livre de quem não chega nunca.
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apenas golpeia.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...