terça-feira, 1 de abril de 2008

Olhou o relógio

[6:00]
O despertador toca. O sonho encerra. O corpo enrijece. O sono que interrompe a labuta do corpo e chama baixinho. 630 quilos nas pálpebras. Assim, nesta exata ordem: despertador, sonho, corpo, despertador-sonho, sonho-corpo, o despertador-corpo. É hora de encarar o espelho, rever rugas, disfarçar cansaço, pentear cabelo. Os dentes, pra depois.
[6:30]
Temo o atraso. Tiro o salto e. Corro. O ônibus atrasado, os passos lotados, o trânsito parado e 23 anos no ralo.
[7:00]
Horário morto: relatórios, reuniões, humor velado e carteira vazia no bolso. Sempre na mesma rotina, o mesmo escândalo, as mesmas piadas e o mesmo estupro. O tempo? Esse sempre outro. Nunca o mesmo. O dela.
[7:40]
Questiono o assombro. Conto dinheiro e vou ao cinema. Te compro uma puta. Se Deus quiser, me compro uma puta.


Falou com extrema cautela cirurgiã ao segurança da entrada, o bom dia foi medida de chef, as palavras dirigidas à secretária, de uma pincelada van-gohiana às ações tomadas como um estrategista: veja láááááá na frente.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...