quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Hoje

Foi como uma tempestade em que nada restou, apenas o silêncio e a devastação de um lar: o meu. E foi assim que os dias se perderam. Calmos e sem futuro. Planos que perdi numa oração de socorro. A ajuda que clamei e que o destino arrancou de mim.

Hoje sou eu apenas, nesta vida, um singular de mim mesma, que tanto amou o seu plural, mas de nada somou azeite e água.

Ponto Final

O fim chegou, sem perguntar, hoje, às 15:37. De volta ao ventre singular do universo.

(Ir)reversível

O tempo realmente destrói tudo?


“Estou atônita, minhas pernas estão trêmulas e meu coração bate acelerado. Meu corpo chega a doer. Não dá pra ficar impune. Não dá pra passar por essa experiência sem sentir algo como falta de ar. Os sonhos se vão, as dores permanecem para sempre. O tempo realmente pode destruir tudo, nesse caso não pode acontecer o contrário.” – relatos de quem um dia esteve frente à irreversibilidade em 8 mm.

Um tiro


Um tiro na boca do estômago: silenciosa violência de um sonho que se desfez em minhas próprias mãos e perdeu-se por entre os dedos. Os dedos de outrora seus.

Grãos, e a dor rasgada em minha garganta. Liberdade: um grito frouxo.

Tempo?

O relógio que antes funcionava, em meu pulso aquietou se em efêmeros tic tac descompassados. Um lamento apenas: o fim estampido em dois pólos avessos à realidade.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

insensible

Neste corpo, que não é tão grande, são encontrados todos os ensinamentos: é encontrado o sofrimento, a causa do sofrimento e o fim do sofrimento [Buda]

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.

I pulled a loose thread
I gathered you in
Discovered I could
A pivot for your sun

You invited me in
As if it's nothing
We tread on old ground
As if it's nothing now

It's like I hardly see the sky some days
It's like you hardly said a word
It's like I hardly see the sky somedays
And i'd do better if I turned my head
Knowing you did

I wouldn't be here
If you could have said no
I wouldn't have come here
If ever I had known

It's like I hardly see the sky somedays
It's like you hardly said a word
It's like I hardly see the sky somedays
And I'd do better if I turned my head
Knowing you did

Knowing you called
Knowing you held her
Knowing you kissed
Knowing you did all this

It's like I hardly see the sky some days
It's like you hardly said a word
It's like I hardly see the sky somedays
And I'd do better if I turned my head
Knowing you did.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Esperança

dou a ti minhas esperanças de que a vida beleza trará
tarde ou cedo, a ti
somente a ti
beleza fará...

eu te amo e aqui estarei..
sempre.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

[...]

eis o que nos resta: a vida por ela mesma...

balões azuis percorrem o céu de outrora.

sábado, 8 de novembro de 2008

Antiga Tabacaria

(..)O mundo é para quem nasce para o conquistarE não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razãoTenho sonhado mais que o que Napoleão fez.Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,Ainda que não more nela;Serei sempre o que não nasceu para isso;Serei sempre só o que tinha qualidades;Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,E ouviu a voz de Deus num poço tapado.Crer em mim? Não, nem em nada.Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardenteO seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.Escravos cardíacos das estrelas,Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;Mas acordamos e ele é opaco,Levantamo-nos e ele é alheio,Saímos de casa e ele é a terra inteira,Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.- Fernando Pessoa -

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Menina-Sonho

NASCEU menina-sonho, olhos pretos, um enigma ao mundo. De pequena já sonhava com seu paraíso particular: era vermelho, amarelo, verde, prateado, era outono. Ela se encantou ao som de terras distantes, nas manhãs ensolaradas, nas entranhas de um regresso ao próprio útero. Cresceu menina-sonho, agora desejo. E em seus passos, criou juízo, em suas asas o vôo sem volta. E então voou. Fechou os olhos, apertou-os ao máximo. Transformou em lágrimas seu combustível e logo partiu. Menina-avião, em céu, deu adeus ao seu casulo. Hoje, caçadora de tulipas, mulher de tantas línguas, desbravadora do mundo, um sonho de mulher.

...[a minha mulher]

- Look in the interior it's all full of life

Vivamos 1 ano, vivamos 1 mês, tenhamos a vida, para toda uma vida. ..

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...