quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Como-te em papel de rima!


Não amor, isto não é Literatura!
Ana C.
Passo os lábios num poema,
anuncio teu incesto.
doce.

Beijo tuas palavras,
tão minhas, em teu roubo
aprovo tuas vírgulas em cheiro

Prosa em luto de teu corpo
 teu gozo
em poesia rouca

.

Passo e não fico.
FINCO.

Parto enquanto há tempo.
Adieu, mon coeur.

carnaval

é do teu amor que bordo a maquiagem
e borro ao doce do vermelho

da unha
cravo flores
.

e sigo cantarolando o que fica
não foge nunca.

amor de vidro em jarra d'água.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Vestígios


Era domingo. Todo ele. Os velhos tempos de domingo. A mesa posta em casa vazia. E era linda aquela casa cheia de ausências. O chão frio. Sujo de terra, aparava o mato esquecido de um dia. Tudo era assim: tudo era um dia. A vidraça encardida escondia a família. Eram velhos que sabiam resmungar, de todo o coração, era assim família.

E por ser família, sabia ser feliz.

[por vezes, busco no retrato de cabeceira, um pouco de gravidez que me faça ninar em cantiga de sereia o Era uma vez]

sábado, 18 de agosto de 2012

ditadura tomou conta

uma realidade que devora a gengiva sem dó alguma.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

doce quente


me empresta teu peito na madrugada, vai? ou diferente de tudo, recheia essa palavra com marchemélou e devora em manha de quem ama devagarinho... 

te amo com fome aflita, em desespero tranquilo de quem a tem aqui ao peito.

ah! se tu soubesse o quanto amo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

poesia-poeira



o que se perde para o não dito é tanto, um poço fundo de matéria nenhuma.
é tristeza-garoa que deixa ir embora o que poderia ficar.

fita verde no cabelo.

dor de barriga


é aquele misto de quente e frio
do que é prazer no que se faz dor


gosto de sal na boca doce
é, de fato, encontro marcado entre
o ponto e a vírgula.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

amor maior


Foi em teu céu alado que me descobri nua,

cesariana do teu gozo que me golpeia toda
E foi nua que teu céu contou estrelas aladas 
do meu coração que não pulsa, golpeia.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...