quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

glory box

era neve, e de tão neve que havia ali, era branco também. quanto mais afundava minhas mãos, menos sentia. anestesia gratuita de um inverno severo. e não sentir, era o que me fazia feliz. como todo caos em busca de equilíbrio, perto ou longe, nao importava aonde. e na tentativa de cobrir as mãos, esquecer das unhas vermelhas e resgatar o que de mim faltava, os meus olhos já não pertenciam mais a mim. voavam de mim, como música perdida no vento..e a cidade quieta, observava o que me fazia despir. foi assim, exatamente assim, que cumpri o que de mim mais era segredo. e sem olhos, aprendi a sentir que as lágrimas de dentro são as mais reais possíveis.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Breathe me


Help, I have done it again
I have been here many times before
Hurt myself again today
And, the worst part is there's no-one else to blame

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up

Ouch I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break
I've lost myself again and I feel unsafe

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Rascunho

O microscópio dos olhos é fascinante quando míope. O que perto demais não se torna monstro? Que universo é esse, disforme do que de fato é? Não é.

Coloco-me entre lentes, e vejo o que não quero. Tapo com a mão, evitando que exista algo do outro lado. Abafo o ar pra fazer morrer. Não morre. Não é. E não resisto também. De perto, não me reconheço tão bem.

E os olhos ardem, como se não fossem feitos pra ver o que de perto vê. E esqueço quem são olhos. Do outro lado, danço a sedução tão calmamente. E pisco devagar, olho devagar, falo devagar. Sou dançarina noturna que perde às vezes a hora de parar. E rodopio descalça, como quem precisa fincar os pés no chão. Sinto a terra quente em mim e tudo, como roda-gigante, roda sem parar em mim. 

Aumento o som e repito de fora: Call me, don't be afraid, you can call me, maybe it's late but just call me, tell me and I'll be around. Repito pra anestesiar os sentidos. E cedo, transpareço demais a menina em mim.


Tomo doses de mim mesma homeopaticamente às sextas. Faço pra me sentir em mim e saber o monstro que tenho aqui. Não o alimento, apenas finjo ser o que não é. Um monstro em mim.  


Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...