quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Olhos que falam

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.ouvi dizer que 'te amo' não é 'bom dia'.

(me pergunto, por vez, o que direi eu, amanhã cedinho, ao pé de teu ouvido?)


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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Clube Silêncio

Silencio.
No hay banda.
No hay banda.
No hay orquestra.
Silencio.
Silencio.
Silencio.
Silencio.
Silencio.
No hay banda.
(...)
No hay banda!
There is no band!
Il n'est pas de orquestra!
This is all...
a tape-recording.
No hay banda!
and yet
we hear a band.
If we want to hear a clarinette...
listen...
Un trombon "à coulisse".
Un trombon "con sordina".
Sient le son du trombon in sourdine.
Hear le son...
and mute it... drop it...
It's all recorded.
No hay banda!
It's all a tape.
Il n'est pas de orquestra.
It is...
an illusion.
Listen...


[David Lynch, Mulholland Drive]

E segue-se assim, numa trajetória única: o sonho e a vida. Um real que nada quer daquele que se faz espectador de sua própria rotina.

Listen...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Notas sobre o desejo

Os lençóis opressivos como beijos de um devasso, Sylvia Plath.


Como-te com os olhos. Com a boca, faço dos versos sussurros ao pé de teu ouvido.
Em segredo, consumo-te em meus desejos e regozijo-me na liquidez do meu tão belo momento.
Em tuas coxas, reencontro o meu norte e afago a minha gula.
Em segredo, apenas em segredo, enlouqueço-me e desespero-te por mais um beijo.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

25 primaveras[!]

Todas as primaveras provam-se em novas cores, cheiros e belezas mil. Não poderia deixar de assim ser mais uma delas: aquela que antecede o verão e posterga o melhor do inverno em um lindo outono de sentidos.

Novamente, as aquarelas em cores novas, pincel de pianista!



Adoro-t
e já!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

[...]

era como se portishead estivesse dentro de minha cabeça.
..
.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O tempo em 3 tempos

A casa é bela. Os olhos, cegos. A vida, uma novela. O chá está quente. Lançado ao chão. Do lado da cama, apenas um vão. Controle remoto, remove o armário. Castiga a menina e esquece o acaso. A janela se abre. Lá fora, a saudade. O vento lamenta, susurra vontade. E o dia termina. Pobre menina sem nome.

A casa é bela os olhos cegos a vida uma novela o chá esta quente lançado ao chão do lado da cama apenas um vão controle remoto remove o armário castiga a menina e esquece o acaso a janela se abre lá fora a saudade o vento lamenta susurra vontade e o dia termina pobre menina sem nome


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camaapenasumvaocontroleremot
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janela
seabrelaforaasaudadeoventolamentasusurravontadeeodi
aterminapobremeninas
emnome


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cores


ponho-me a risco. (faça graça)

uma aquarela novinha em folha e o dia lá fora esperando a orquestra acordar.





sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Lápis fino


Um retrato. O meu retrato. E dentre tantos, falta-me cor. Sou contornos, folha perdida, rabiscos de um domingo sem memória. (memórias de um olhar esquecido em mim)

Traga-me cor.

Teu Pecado

Traí. Traí e confesso meu pecado: enganei-me e fiz de mim desculpa a você. Dos meus desejos, o corpo entregue, a mim mesma a condenar, pequei. A traição, demônio voraz, desejo contido do que não é de fato a ser. Apenas lei. Lei de ter em mim o erro em que cruel, meu ego traga. Meu pecado de enganar-me em meu próprio medo: a traição puramente de mim, não você. A traição sem corpos, apenas respingos de meus pensamentos conturbados na idéia fixa de uma falsa traição. A perda: réu-confesso, a minha própria traição.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Next time I'll try it another way

[How many summers will it take?
How many summers will I wait?
How many shoulders will I break?]


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Releituras

Papel-alma
Tinta-vida

Hoje, (re)leio-me.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Polifonia de Você

Quando o sono cessa a fome de cantar e a escada não sustenta mais nossos passos, é hora de acalmar os olhos e respirar a leveza que nos resta. A poluição de uma vida inteira secou nossos pulmões e inflamou a polifonia do universo.

Resta-nos a palavra para que o sentido encarne a vida como ela é.

Cheshire Cat

[O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?

Isso depende muito de para onde você quer ir, respondeu o Gato.

Não me importo muito para onde..., retrucou Alice.

Então não importa o caminho que você escolha, disse o Gato.

...contanto que dê em algum lugar, Alice completou.

Oh, você pode ter certeza que vai chegar, disse o Gato, se você caminhar bastante.]


.
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e eis que continuo livremente caminhando
e caminhando
e camin
e ca
e
.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

explain


sensação de paz... gosto disso. descobri que a chuva me mantém misteriosamente calma.. sensação boa essa: aquela de útero em mil amores, conhece? eu, sim.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

.aborto passional.

[recordando antigos textos, encontrei-me neste:]

Tiraram-me a luz. Prometeram devolvê-la em estimados 9 meses de espera. Mentiram. Estou nua, com meus desejos fluindo ao corpo que não (re)conheço, olhos trancados. Seguro minhas perninhas e conto os dedos. Descubro 5 em cada mão e já os amo cada qual por sua forma. Não respiro. Inspiro. Memórias sufocadas na maternidade. Ligo-me a você. Conexão que engasga, consome, alimenta.
Os dias, arrastados, pés de bailarina que invadem a sala de jantar. Geléia de amora. O gosto é de você com pedacinhos que distraem o paladar. Enquanto dorme, suas mãos buscam por mim. Um segredo. Deleito-me nas horas de ninar, sua cantiga, palavras macias, embalam-me no quentinho de você. Esqueço. Imagino-a, olhinhos tão lindos, de que cor devo pintá-los? Verde, sim, descubro minha predileta cor. Olhinhos verdes: meu presente a você. A construo e desconstruo a todo segundo. Meu vício é você.

O que fiz para que a mim se abortassem os sonhos? Queria meus olhinhos nos seus, descobrir a cor, queria o toque.



Nascimento que nunca vingou: aborto passional.

Ana & Otto

Ana:
I´ll wait here as long as needed. I am waiting for the biggestcoincidence of my life. I have encountered manykinds of coincidence. Coincidence forms the pathof my life. There had been something knownmixed together with the unknown.I was on my final destination. I had a weird feeling,the first of many. I felt the present of fate. That could be Otto.




Otto:
I'll wait here as long as it takes. I wait on the greatest luck in my life. I have known a lot of differentkinds of luck. Luck runs through my life likea continuous thread. It's good that life passes in circles. But mine consists of one circle, and not even a complete one. The most important is missing. I've written her name so oftenin my mind. Here, at this moment, I can't lock anything up. I'm alone.

Círculo do Destino




(...) assim como aquele sol, de um artico distante, em um circulo que nunca DESaTINA e que meia-noite sempre é dia e da linha do horizonte nunca se esconde, existem coisas que nunca terminam...


...e o AMOR é uma delas.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...