segunda-feira, 12 de julho de 2010

COMO um samba de adeus

Teu revólver é mira. Tiro que desfarça. Tua boca, veneno que me golpeia e em silêncio amarga o beijo. Tuas mãos no gatilho e meu peito. Buraco certeiro no coração de quem dança. Tua valsa é doce. Melodia em perfidia tola. Teus olhos na minha queda querem mais. Pedem sangue. Rasga o verbo. Te dou um grito e lanço-me no chão. Finjo. É asfalto quente em sol do meio-dia. É ferida que se fecha aos sábados. É tormento.

O meu gosto é ácido puro. Em meu sangue, o meu segredo. Morro em teu enredo. Morro hoje e a cada instante.

Não me canso nunca.
Não me queixo na reticência da tua bala. Bandida.

Abro os braços e (mais uma vez)

faleço em mim.

Nenhum comentário:

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...