segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ah! Se tuas unhas fossem mesmo vermelhas....

Tuas unhas acusam o que de mim não é, não morre e por horas não nasce. Tuas unhas vermelhas, postiças de tudo, sempre lindas, embora tuas, sorriem o que te é sangue e colore os lábios. Teu ar impossível, provoca a sede que se perde em taças de vinho finíssimo. Na falta do que confere, sapatos de verniz e uma silhueta que tropeça o crime não anunciado de teu pecado translúcido em sensualidade noir. É um gole de ar que me falta, expressionismo alemão puro.

Teu olhar nega os suspiros e rasga a fumaça que dança em tuas curvas. Teu cinismo paranóico paira leve entre o que é suspeito e o que te prende a angustia do outro lado. O pensamento queima o que me traga. É a tua boca vermelha que me toca, entre os dedos, uma pornografia de delírios. Abaixo dos joelhos, tua saia bandida que me rouba a vista de teu diálogo que incendeia.

São jóias caríssimas, relicários que declinam o rei que nada teme o teu império. É um filme noir em cartaz e nada mais.



Ah! Se tuas unhas fossem mesmo vermelhas....

Nenhum comentário:

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...