domingo, 7 de dezembro de 2008

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisasSua alma, desvãosSábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

[fuga para um rio de janeiro que brotou em mim e não solto mais]

Um comentário:

The Guardian disse...

Os humanos não são eternos.
Por isso mesmo, seus sentimentos podem ser ainda mais efemeros que eles próprios.
Ainda mais no início de algo que pode tornar grande um dia mas, que hoje, não passa de uma vontade - por que não dizer ? - impossível.
Será mesmo ?
O tempo não espera ninguem.

O Guardião.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...