terça-feira, 26 de maio de 2009

[tua cria]

aquela conversa que quieta se cala e a mim me apavora, tu bem sabes o que devora e, as vezes, me esquece por entre os dentes.

O Circulo

Era final e era sede

a última gota de teu deserto nuclear

Um coração

beirando o que inflama o peito

e arde a carne

Era

em segredo

mais um começo.

Misticismo aplicado

É místico, percebe? Místico com todo o misticismo minimalista que te pertence a palavra e estraga o pensamento. E mais, é perdido e é pra sempre.

O pecado açucarado que remedia os fracos grita latente a chama que te chama o corpo aqui, perto de mim. É sentido e preso ao pé, é sapatinho de cinderela em ponta de estoque. Baby, te digo: o que se faz ideias, em meu pensamento repousa.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Quarto 9

O último desejo levado às alturas. O quarto 9 não poderia pertencer, sequer ser pertencido. Era inóspito e dolorido. O último desejo. O quarto 9 era de dor; dor dos fracos que morriam. E por ser fraco, era ainda vida, e precisava morrer. Todos sabiam. Todos se entreolhavam. Contávamos as horas como toda mulher que conta o seu dia fértil. Era íntimo demais, e mesmo assim, eu contava por ele. Ele que pertencia e não mais sonhava. O que era fértil, nunca brotava. O que era vida, murchava e o que cantava, agora rezava. Sinto falta do homem do quarto 9. Uma parte de mim e de todos, uma parte de amor, verdadeiramente amor, como não se ousa comprar em qualquer prateleira de importados. Dali, partiu, soltando-se do corpo, deixando os ossos, parando o coração. Não o amor, mas o quarto 9. Levado às alturas, o último desejo.

domingo, 24 de maio de 2009

B.

même jusqu'à ce que le ciel soit tombé
t'es vraiment celui que j'attendais

Conto-te as fadas

...teu sorriso nao me escapa do que se faz teu,
o meu amor.

[te amo voce]

domingo, 17 de maio de 2009

Magia gratuita

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa de conto: "Era uma vez..."
Florbela Espanca

Etmologias vazias

Confesso não ter chorado, lágrima alguma, um mar de sal: seco e encolhido. Não chorei e disso eu me orgulho como ninguém. (mas disso, apenas disso...) O que se perde, de fato morre, morre-se a todo momento e de atrasos a vida se consome. Um corpo a mais, vazio entre tua cama. Um corpo e nada mais. Noite sem sono.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dou-te os versos

O que a memória ama, fica eterno.
Te amo com a memória, imperecível.
Adélia Prado

Recado de passagem

Ao ve-lo, gritei:

- Caio, tua alma ainda corre em plena Hadock. Lembrei-me de dizê-lo!

Dias atrás eu o vi: indignado com o congestionamento que tua express jamanta causou na avenida dos teus vizinhos. Ri à toa e o deixei lá, sem medo nem prosa. Afinal, o que é de Caio é meu também e por isso desabo no que morre. E se é de Caio, baby, é teu, é nosso e de quem tiver com fome.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A vida é crua. Faminta como um bico de corvos. E pode ser tão generosa e mítica: arroio,lágrima,olho-d’agua,bebida. A vida é líquida.
Hilda Hilst

AB+

Teu amor é meu e o tenho maiúsculo ao sangue.

domingo, 10 de maio de 2009

Veja lá!

Hoje eu não tô pra coisa alguma: não tô pra roupa suja, bombril e mil e uma coisas. Não tô pra qualquer um nem pra boi dormir em beira de estrada. Nada disso! Hoje eu tô pra bandolim, água morna e salto alto. Nessa ordem, um ritual de meias-verdades novinho em folha! Então, veja lá, baby!

Neuroticamente insuportável.

É assim que definido este verme em mim, que me devora a razão em queda livre. Sinto-me por vezes descalça em cascas de ovos. Sintomas da gripe suína, só pode!

intentio operis

Um roteiro, o da minha vida, por favor. Nasço e partida, corro aos seios daquela que me olha linda, sem nojo: amor à primeira, segunda e terceira vista. Cresço aos poucos, por ora menina, quieta, calada de tudo. Observo e não me canso disso. E mais aos poucos ainda, torno-me mulher, amante, esposa e até mãe, de mim mesma, de uma ideia de mim (apenas). Aborto amores, condenam-me corações, choro até secar o corpo inflamado de tanta dor. Amo desmedidamente. O lado negro e masoquista do que é dor.

Tive dores, tantas que preferi às flores. Descobri em mim poesia amanhecida, café borrado, vidros estilhaçados. Descobri em mim uma verdadeira serial killer do que me alimenta e ausenta em mim, do que é ar, do mais puro, puríssimo: amor. Um roteiro sentido aos ouvidos de um phillip glass. A intensidade
à revelia, a sincrointensidade, roxa e verde, cinza, todas as cores: uma aquarela de sentidos tontos, partidas e vindas, uma new yorker perdida em quinta avenida. Uma veia saltada e nada mais. Um roteiro, o da tua vida, por favor.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quentinho de cama

- Três meses com você, é como se nada nunca tivesse sido diferente disso. Te amo!

- E três meses com você é só o começo de uma dízima períodica com cara de pra sempre.
Te amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo (...)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Jazz

Não é automatismo. Juro. É jazz do coração. É prosa que dá premio. Um tea for two total, tilintar de verdade que vocé seduz, charmeur volante, pela pista, a toda. Enfie a carapuça.
E cante.
Puro açúcar branco e blue.
[Ana C.]

quarta-feira, 6 de maio de 2009

[i found a reason]

Teu bom dia [me] completa. como ponto e vírgula. pausa de leve enquanto olha e olha... ...e parte querida, até o final do dia.

Eu amo. Te amo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tao certo quanto um mar de rosas, chove cravos e de nada vale o desejo desmedido. Por outro lado, minha veia sado insiste no preço alto da carne fresca.

Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...