domingo, 14 de dezembro de 2008

Nem roxa, nem verde

Repouso absoluto, sem manha nem choro: o diagnóstico é exato e sem margem para outras interpretações. Interpretações por ora demasiadamente condenáveis ao frágil pulmão.

A menina calou. Preparou-se um chá, vestiu a roupa de domingo, esticou as pernas e se pos ao não-pensamento. Abstraiu-se de suas dores e riu diante do noticiário das seis.

Hoje estou assim: nem roxa nem verde: estou cinza de mim e de você. Apenas uma gripe passageira que necessita de descanso para amanhecer noutro dia de setembro e continuar o retalho da vida cantarolando em alto som a nossa cantiga antiga. Assim sem pausa, ausência determinante da tranquilidade de dias anteriores...agora meses.

A menina descansou em paz por um dia inteiro... um dia inteiro de 365 horas e 12 minutos de 30 segundos. Acordou, escovou os dentes e tomou o ônibus.

[nao me espere acordada, amor. hoje não volto para teus braços. vou-me ao médico curar esta dor que não cansa de esperar. não ame demais. não me queira de menos. apenas ame. apenas queira]

....amanha um dia como todos os outros de sua ausencia: sem nem com.

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Miau

Eu amo de um jeito bicho, mansinho de gato. E de gato, me enrosco nas tuas pernas, te cuido felina e te sossego num dengo de amor só meu. ...