domingo, 11 de julho de 2010

madrugadas

Ela esquece o sono, mas refuta o corpo. Ela precisa esquecer o dia, dar espaço para a noite. É impossível, pensa ela. Numa insônia única, daquelas que a maquiagem não disfarça a latência nua, ela prende a respiração. Num silêncio só dela. E sente. Toda a vida em seu pulmão. E escolhe soltar o ar. Uma segunda chance. Da janela, a inspiração rodopia louca. Observa atenta, desfia a meia, mas resiste o vinho. É tarde pra mais uma tatuagem. Nunca pra um tango argentino.

Ela respira aliviada.




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