Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar
Ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Rolando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar
[Chico B.]
3 comentários:
polifonia polivalente
gosto das suas narrações poéticas e agora aplaudo sua poesia narrativa. equilíbrio entre a tradição e o experimentalismo.
sexo na praia
Ps: Tenta entrar em contato comigo querida, pelo orkut? Quero te fazer uma proposta.
Dirijo um jornal de poesias, gostaria de publicar um dos seus poemas
=*
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