Teu revólver é mira. Tiro que desfarça. Tua boca, veneno que me golpeia e em silêncio amarga o beijo. Tuas mãos no gatilho e meu peito. Buraco certeiro no coração de quem dança. Tua valsa é doce. Melodia em perfidia tola. Teus olhos na minha queda querem mais. Pedem sangue. Rasga o verbo. Te dou um grito e lanço-me no chão. Finjo. É asfalto quente em sol do meio-dia. É ferida que se fecha aos sábados. É tormento.
O meu gosto é ácido puro. Em meu sangue, o meu segredo. Morro em teu enredo. Morro hoje e a cada instante.
Não me canso nunca.
Não me queixo na reticência da tua bala. Bandida.
Abro os braços e (mais uma vez)
faleço em mim.
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