
Era manhã de segunda-feira. Janelas abertas e o vento forte. Antes mesmo de sentir com os olhos, preferi sentir com o cheiro de terra molhada que a mim se desenhou como aroma-casa. Moradia que declarava.... a declaração que anunciava: hora de viver (afinal navegar é preciso e viver também!).
A tempestade fora em busca de novas terras que desejavam um gole d’água, ou uma enxurrada dela. Quem saberia? Espreguicei-me toda. A começar pelos braços postos sobre o meu rosto e as pernas que tentavam alcançar a algibeira. Estava de ponta-cabeça e se quer havia notado. O lençol, entre mim, deu-me nó. Nó que ri. Olhei para o lado e preferi sentir com o amor-retrato de tempo algum: aquele de mim, você, dele, dela.
Sorri de volta a todos eles e caminhei distante em direção ao espelho do cômodo ao lado.
Olhei-me. Era eu, toda remela.
Naquele instante, em que nada vi ali, a não ser um retrato real do que em mim sobrou, recompus-me. Fiz-me sonhos, novos todos. Fiz-me vontade, fiz-me feliz. Desejos de uma menina-mulher que hoje respira aliviada e ora os estilhaços causados às vidraças de toda uma vida inteira.
Hoje, desenho-me novamente e, aliviada, sigo o meu caminho ao norte.
2 comentários:
lindo isso... aqui os nós também se fazem =)
obrigada pela visita
que coisa linda isso hein...é uma coisa que a-colhe. a foto é maravilhosa, me lembrou de um lugar que foi um pouquinho meu e onde me senti muito bem. a vida íntima...
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