Do céu, o cinza negro das nuvens daquele dia em que o mundo distraído, do Sol não esperou sua canção. Um segredo em que o próprio universo reinventou apenas da memória de ter sido, em atos, o dia da partida em silêncio da aurora-estrela.
Era outono, de muito frio, as mãos patinavam entre os botões do manto em que em mim contornava em traços. E era tanto aquele frio que não sentia mais as pontinhas de meus dedos. Eram roxas e geladas. O chão de madeira cantarolava com todos que ali passavam, preferindo os saltos aos sapatos velhos. O cheiro das ondas envenenava-me os sentidos e aguçava-me na vontade de naquele mar velejar o infinito. Era dada a sua hora, aquela em que todos os dias você passava por mim. 11:11. Toda vez com o mesmo sorriso, aqueles olhinhos apaixonados e a tarde inteira para conversar.

Naquele dia, não mais que aquele dia, voce não passou por mim. Sequer olhou para trás, quando cedo demais, passou você em meus pensamentos. Aquele dia, o mesmo em que o Sol negou a Terra, voce partiu de mim e sequer olhou para trás.
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